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A última peleja

  • grandjean4
  • 16 de set. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 21 de ago.

A MATA DENSA E ESCURA era testemunha do que acabara de ocorrer. Era, também, cúmplice daquela figura veloz que se embrenhava, em desatino, por sua densa vegetação, quase em silêncio, cambaleando de maneira caótica, completamente mergulhada em uma catarse obscura de morte, ódio e vingança. Tinha o corpo completamente coberto de sangue e vísceras, não as suas, mas dos incontáveis inimigos que pereceram pelo fio implacável do machado que trazia nas mãos. O instrumento de justiça divina, que agora lhe pertencia, havia sido arrancado do primeiro a sucumbir aos golpes cegos e violentos: o mercenário corpulento e vil que havia matado seu pai e seus irmãos enquanto todos ainda dormiam, e que ateara fogo à choupana de sua família durante a emboscada furtiva. A imagem daquela cena, ocorrida havia apenas algumas horas, permaneceria gravada em sua retina ainda por muitas vidas.



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@Gustavo Grandjean

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